Folha de Viagens... Porquê? O que se pretende?

Folha de Viagens... Porquê? O que se pretende?

Como tributo a Almeida Garrett e a algumas das suas obras mais emblemáticas:
Folhas Caídas, Flores sem Fruto e Viagens na Minha Terra.

O discurso do narrador das Viagens faz apelo a vários enunciados. Aqui, a partir de vários registos, leituras e iniciativas pretende-se construir um discurso a várias vozes.
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Língua Portuguesa

Concurso Literário

Vou contar-vos uma história que me contaram quando eu era pequeno.

Havia um rapaz que vivia numa ilha, cujo nome é Ilha na rua dos pássaros.
Ele vivia com a mãe e a avó. Viviam naquela ilha, porque o pai do rapaz era militar e andava sempre de um lado para o outro a prevenir guerras.
Aquela ilha era muito bonita, pois não havia poluição no ar, as casas eram todas coloridas e havia muitos pássaros a vaguear por ali.
O rapaz não tinha muitos amigos, porque era tímido. A sua única amiga era uma abelhinha que tinha apanhado no campo e, como toda a gente sabe, as abelhas não falam.
Passado algum tempo, no dia em que festejou os seus dez anos, o rapaz desejou que a abelha falasse e que fossem amigos para todo o sempre. À noite, como de costume, foi dormir e na manhã seguinte acordou com o som de uma voz muito fininha:
- Acorda, vamos brincar!
Ao princípio, o rapaz ficou muito assustado, mas depois lembrou-se que tinha pedido um desejo no dia anterior.
- Eu tenho-te há tanto tempo e ainda não sei o teu nome. – disse o rapaz.
- Chamo-me Abelha Maia e gosto muito de brincar. Podemos ir lá para fora, podemos?
- Claro, deixa-me vestir.
- Eu fico lá fora à tua espera.
O rapaz vestiu-se e foi lá para fora brincar. Passado algum tempo, começou a chover.
- Vem cá para dentro! – gritou o rapaz.
- Eu sou uma abelha na chuva! – exclamou a abelha.
Na hora de dormir o rapaz escreveu um poema sobre o pai e sobre a guerra.
- O que estás a fazer? – perguntou ela.
- Estou a escrever um poema para o meu pai, para quando ele voltar. Quem me dera que os poemas voassem até ele! - disse o rapaz.
O que o rapaz não sabia é que a abelha era mágica e assim pode fazer com que o desejo do rapaz se tornasse realidade.
De súbito, o rapaz olhou e viu os seus poemas a voar…
- Poemas com asas? Como é que é possível? – interrogou o rapaz.
- Eu sou mágica. – disse a abelha.
- E vives para todo o sempre?
- Claro. Eu sou mágica!
- Então podemos ser amigos para todo o sempre.
- Amigos até ao fim, prometido.


Carolina Faria,  nº 4 – 7º C





Procuro por ti…
Palavras pronunciadas em voo na penumbra da noite, plena e serena. Os olhos de Pedro lacrimejavam num cessar repentino de lágrimas, enquanto chamava por Beatriz, em voo, na tentativa do seu chamamento ser correspondido.
Nunca lhe ocorreu que a pessoa mais importante da sua mísera vida fosse dada como desaparecida pelos oficiais da polícia, quando a sua casa foi assaltada por um bandido que apenas procurava pertences, de valor considerável, para sobreviver neste mundo frio e cruel. Desaparecera como um grão de areia se desvanece empurrado pelo vento, rápida e silenciosamente.
Beatriz era a única pessoa que o compreendia verdadeiramente e lhe dava apoio incondicional. Era o seu amor verdadeiro, o amor de uma vida…
Agora, no apelo da noite, ele procurava a sua amada, com quem um dia decidira casar e construir uma família que, tal como Beatriz fazia, iria apoiar incondicionalmente.
Pegou na moto e andou sem destino por estradas desertas, seguindo o coração que reclamava pelo amor de Beatriz, pelos seus braços, pelos seus beijos, pelo seu carinho.
Nas margens da estrada só se via vento, areia e amoras bravas, que faziam a sua fome aumentar. Via-a em tudo. Nas estrelas, no escuro da noite, na lua brilhante e longínqua… e pensava dizer-lhe tudo isso:
- Vejo o teu reflexo na lua, conto estrelas em ti, sinto o teu aroma inconfundível na negrura da noite. Preciso de ti!
De repente o seu telemóvel toca. A sua vontade era atirá-lo para o chão, para não ter de ouvir o toque incessante do aparelho que a sua amada lhe oferecera. Por respeito aos outros que por ali passavam, atendeu.
- Pedro, ajuda-me! Estou fechada num armazém, perto da fábrica de papel. Por favor, vem depressa! Estou muito assustada. Amo-te!
E antes que conseguisse proferir uma única palavra, a chamada caiu. Só se apercebeu que era Beatriz, passados cinco segundos de total confusão.
Deu a volta desesperadamente e quase voou para socorrer a sua amada, mas entretanto chamou a polícia que, sorrateiramente, cercou o local. Como a polícia, que supostamente deveria ser rápida e eficiente, não se apressava, decidiu entrar sem que as “autoridades competentes” se apercebessem.
O edifício era velho, já em franca decadência. Ouviu vozes e correu silenciosamente para elas. Lá estava ela, sentada, amordaçada e atada dos pés à cabeça, aterrorizada com aquela inesperada situação. Com ela estava apenas um homem, de meia-idade, talvez.
Procurou um bastão de ferro, andou até ele sorrateiramente e tuumm!!! O homem caiu estatelado no chão, inconsciente mas intacto, à exceção de uma mancha vermelha na sua grande careca.
Correu para a sua amada, soltou-a das cordas que pareciam sufocá--la e beijou-a intensamente, como se há anos estivessem separados.
Não havia mais preocupação, mas sim um amor intenso, apaixonado, crescendo como uma flor que desabrocha na doce e agradável primavera…


Carolina Palma, nº 6  -  8º A


Ele…

Saber que estava sozinha e que não tinha ninguém com quem contar, nem ninguém a quem pedir ajuda, estava perdida como uma abelha na chuva, como uma flor no deserto. Era o último dia do mês de março, estava deitada, acompanhada apenas pelo meu pequeno caderno, que de pequeno não tem nada, pois para mim representava o meu mundo, uma grande planície florida.
Olhei para o céu, vi um céu azul e vazio, mas na minha cabeça surgiram muitas perguntas, umas atrás das outras. Pensava na vida, pensava em como tinha perdido todas a pessoas, em como isso acontecera.
Foi injusta a escolha que ele fez, escolheu que eu vivesse e ficasse neste mundo sozinha em vez de ter abdicado da minha vida pela vida dele e de todas as outras pessoas. A minha companhia eram as recordações que tinha dele e dos momentos passados, o meu maior desejo era tê-lo de volta, só a ele, era o meu apelo da noite. Mas era impossível, eu continuava a achar que ele apareceria ao fundo daquele campo primaveril. Ensinava o seu nome às flores e plantas, tal como Inês de Castro o fizera com o nome de D. Pedro.
         Não aguentava tanto sofrimento, mas tinha que o superar. Escrevendo no meu caderno, o mundo tornava-se em poemas com asas. Cada letra escrita fazia-me lembrar cada instante vivido, e perguntava àquele mundo solitário:
         - Será isto um sonho que não tem fim?
         A resposta a esta pergunta não tinha, mas de uma coisa eu estava certa, ia continuar à espera que ele chegasse até tudo se acercar de um final.

Daniela Almeida Pereira, nº6 – 9ºC

Menção honrosa


Um sonho vivido

         Aqui estou eu de novo na minha aula de português, a mais secante de todas. Penso que hoje vamos falar ou ler, não faço ideia, um livro chamado Poemas com Asas.
         Na minha opinião, poemas é uma escrita muito difícil de fazer e não é qualquer um que o consegue.
         Será que a professora me vai pedir para ler? Espero…
         - Diogo, podes ler agora?
         - Tem mesmo que ser Stôra?
         - Sim qual é o problema?
         - O problema é que eu não consigo ler muito bem, quanto mais um poema!
         - Vá tenta. Estás na escola para aprender, não é?
         - Ok, Stôra.
         Comecei a ler o poema e adorei a primeira frase: “Conto estrelas em ti”. Interiormente, achei que esta frase era ótima para se dizer a uma pessoa querida, quem sabe a minha mãe, pensei.
         Depois desta aula, felizmente fui para casa e não deixei de pensar naquela frase: “Conto estrelas em ti”, será que devo dizê-la à minha mãe? Sim vou dizê-la.
         Quando a minha mãe chegou a casa, chamou-me por aquele nome que quer dizer que há sarilhos:
         - Diogo Lourenço Costa, vem cá já!
- O que foi mãe?
- A tua professora de Língua Portuguesa disse-me que tu estiveste muito adormecido na aula. É verdade?
- Oh mãe, mas eu hoje até estive a ler poemas…
- Não há mas nem meio mas, é ou não?
- É mãe, é verdade.
- Agora, já sabes, vais deixar de ver o teu programa da noite, o tal “Apelo da Noite”, não é?
- Mas mãe, eu adoro-o.
- Paciência, porta-te melhor.
Infelizmente, não só ouvi um sermão como também fiquei sem ver o meu programa favorito e sem o meu fingerboard (que, para quem não sabe, é um skate em miniatura), que seca de vida!
No dia seguinte, outra vez na escola, tentei portar-me melhor e, em vez de dizer aquela frase à minha mãe, decidi mandar um piropo à rapariga de quem gosto, a Catarina, uma rapariga alta, loira e de olhos azuis. Adoro-a e, para além disso, a minha mãe também gosta muito dela, pois ela é a melhor comportada, a melhor aluna, tudo o que a minha mãe queria que eu fosse na escola e no dia-a-dia.
- Catarina, podes chegar aqui?
- O que foi, Diogo?
-Posso dizer uma coisa que não levas a mal?
- Sim, o quê?
- Sabes quantas estrelas eu consigo contar em ti?
- Não, quantas?
- Uma, a única que me guia, tu.
- Que querido, Diogo.
Aí levei o meu primeiro beijo…
- Penso que somos namorados, não é? É claro que é, somos os mais perfeitos namorados do mundo.
- Diogo, Diogo, Diogo, acorda, tens de ir para as aulas, ouviste?
- O quê mãe, para as aulas?
- Sim, claro. Mas despacha-te que tens aula de português, ouviste? Despacha-te, vá!
Será que sonhei isto tudo e que o vou reviver ou viver de novo? Espero, intensamente, que sim, pois foi o melhor sonho do mundo e, se se realizasse, seria o dia mais espetacular da minha vida.


Diogo Lourenço Costa, nº6 - 8ºC

Trabalhos sobre o Auto da Barca do Inferno (9º A)










Celebração do Dia do Não Fumador

Elaboração de “maços poéticos”

No passado dia 17 de novembro celebrou-se o dia do Não Fumador. Para comemorar esta data, as disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Visual levaram os alunos do 7º ano a desenvolverem a atividade “maços poéticos”. Nas aulas de Educação Visual planificaram e criaram embalagens - maços - que posteriormente preencheram com poemas enrolados, simulando cigarros de papel. A pesquisa dos poemas foi feita no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa.
Os alunos recolheram poemas de Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Sophia de Mello Breyner, Almeida Garrett, Alexandre O’neill, Luís Vaz de Camões, entre outros.
Como forma de os alunos darem a conhecer quer a pesquisa e recolha de poemas, quer os maços por eles elaborados, foram levadas a cabo tertúlias na BE para que pudessem partilhar o seu trabalho, declamando os poemas escolhidos...
Foram muitas as caras envergonhadas, mas também houve quem surpreendesse pelo gosto e postura com que declamou, tendo recebido fervorosos aplausos dos demais...
A atividade serviu para estimular o gosto pela leitura de poesia, para aproximar os alunos desta realidade, por vezes tão estranha para eles, mas também para alertar para os maleficios do consumo do tabaco, promovendo hábitos mais saudáveis! Isto ficou bem patente nos slogans elaborados pelos alunos, e com os quais decoraram os seus maços, apelando a uma vida livre de fumo e sobretudo mais lírica!!!